5 de December de 2024

Uma empresa contratada pelo Facebook criou um desafio falso no TikTok com o objetivo de gerar uma má reputação.

Você está ciente do Desafio TikTok chamado “cliques divinos” que está se tornando viral? Ele envolve crianças gravando vídeos TikTok nos quais planejam vandalizar a propriedade da escola. E quanto ao desafio TikTok “Slap a Teacher”, que é autoexplicativo?

Se você já ouviu falar dessas narrativas que apresentam uma visão muito desfavorável do aplicativo de vídeos virais, é possível que tenha obtido essa informação de uma agência de marketing republicana contratada pelo Facebook para criar uma imagem negativa do TikTok.

Segundo um recente artigo de Taylor Lorenz no Washington Post, o Facebook firmou parceria com a Targeted Victory, uma empresa de marketing fundada por Mitt Romney, ex-diretor digital da campanha presidencial GOP de 2012, com o objetivo de coordenar e executar uma campanha contra o TikTok.

Uma das áreas em que a Vitória visada está concentrando esforços é em garantir que os meios de comunicação locais estejam cobrindo as tendências da TikTok que possam representar riscos ou ser prejudiciais para os jovens.

No ano passado, um link sobre um desafio viral chamado “Slap a Teacher” no TikTok foi compartilhado em um grupo de mensagens de texto para os pais de crianças da primeira série do meu filho. A história sobre essa tendência do TikTok entre as crianças estava se espalhando pelo país, sendo coberta por estações de notícias locais, como a CBS Sacramento, na Califórnia, e a WPLG Local 10, em Miami, Flórida.

Após a viralização do falso desafio “Slap a Teacher” no TikTok, ficou evidente que essa tendência não era real na plataforma. A origem do boato foi a divulgação inicial em postagens do Facebook.

No entanto, segundo o relatório, a Targeted Victory contribuiu para a propagação do desafio falso e até se vangloriou da cobertura de notícias locais sobre a suposta tendência do TikTok que não existia. O grupo mantinha um registro interno que documentava a cobertura negativa que o TikTok recebeu, assim como de outras tendências, como o desafio de vandalização de propriedade escolar conhecido como “devente lambe”, que surgiu na plataforma, mas que, na realidade, teve origem no Facebook, de acordo com um relatório do podcast Reply All.

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Em mensagens de correio eletrônico obtidas pelo Post, os empregados da Victory discutiram maneiras de disseminar narrativas desfavoráveis sobre o TikTok.

“Meta é o principal alvo no momento, mas TikTok representa uma ameaça real, principalmente por ser um aplicativo estrangeiro líder em coleta de dados utilizado por jovens adolescentes”, mencionou um diretor da Targeted Victory em um e-mail sobre a estratégia da campanha.

Os colaboradores chegam a pensar em possíveis títulos para a reportagem, como “Da dança ao perigo: como o TikTok se transformou na plataforma de mídia social mais nociva para os jovens”.

Outro funcionário enviou um e-mail discutindo uma “mensagem mais ampla” para desencorajar o Congresso e outros funcionários estaduais de passar uma legislação que afeta o Facebook. A empresa de tecnologia Meta, que é proprietária do Facebook, tem recebido mais atenção ultimamente devido às revelações feitas por Frances Haugen, uma denunciante do Facebook, sobre a segurança das crianças em plataformas de propriedade da Meta, como o Instagram.

A Vitória Alvo, que recebeu uma grande quantia em dinheiro das campanhas republicanas, conseguiu alcançar seu objetivo com sucesso. Os políticos e funcionários locais expressaram publicamente preocupação com o TikTok após a divulgação de algumas histórias apoiadas pela Vitória Alvo.

A ação não surpreende vindo do Facebook, que considera o TikTok como uma ameaça. O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, e a empresa já adotaram estratégias duvidosas para lidar com concorrentes no passado. Um representante do Facebook justificou a campanha da Targeted Victory ao afirmar que todas as plataformas, incluindo o TikTok, devem ser submetidas a um nível de escrutínio proporcional ao seu sucesso.

Porém, TikTok é uma gigante, respaldada por uma companhia que certamente possui os recursos necessários para competir com o Facebook. Um representante da empresa comunicou ao Washington Post que estava bastante inquieto com o relatório, porém será interessante observar a reação efetiva do TikTok.

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